Na verdade, acho que "ir em direção à dor" é o que precisa acontecer na meditação também [assim como na Psicanálise]. Não acredito que a dissolução aconteça sem ir em direção à "dor" e habitá-la conscientemente.
Basicamente, é necessária introspecção quando a atração, aversão e indiferença habituais já não funcionam mais. Os velhos hábitos (que podem ter nos ajudado a sobreviver ou prosperar no passado) simplesmente não entregam mais felicidade ou sucesso. É quando precisamos parar de "seguir" a atração e desenvolver um pouco de desencanto, parar de "empurrar" a aversão e, em vez disso, nos colocarmos no meio dela, e trazer consciência às coisas para as quais somos indiferentes (o que muitas vezes resulta em uma nova apreciação de quanta "facilidade" nos cerca, porque estamos sempre focados na atração e na aversão, sendo puxados e empurrados por todos os lados). Quando conseguimos permanecer conscientes na atração, na aversão e na indiferença, sem cair nos velhos "transe"... o sistema parece se recalibrar e obter os novos dados de que precisa para o próximo desafio ou a próxima etapa da vida.
O verdadeiro desafio é ir em direção à dor sem perder a "consciência objetiva" dessa dor, ou seja, sem cair novamente no transe. Então, a verdade dos complexos é compreendida: que eles são "atalhos" reativos que às vezes funcionam, mas na maioria das vezes apenas bagunçam a vida. E DEFINITIVAMENTE concordo que o próximo passo precisa ser ações saudáveis... caso contrário, existe compreensão sem a capacidade real de seguir em frente e agir. (Muitas pessoas pensam que o insight é suficiente, mas, em certo sentido, o insight é apenas a metade do caminho.)
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